Casuística e Métodos: Entre agosto de 1991 e fevereiro de 2000, 35 transplantes cardíacos ortotópicos foram realizados no Instituto do Coração de Pernambuco. Vinte e nove pacientes eram do sexo masculino e 6 do feminino, variando a idade de 15 a 69 anos (média 46,9). O diagnóstico dos receptores foi miocardiopatia isquêmica em 18 pacientes, miocardiopatia dilatada idiopática em 13, doença mixomatosa em 2, doença valvar reumática em 1 e doença de Chagas em 1. Todos estavam em fase final da insuficiência cardíaca (classe funcional III ou IV da classificação da New York Heart Association), e a fração de ejeção variou de 16 a 27% (média: 20,9 ± 2,9). Em todos utilizou-se a clássica técnica cirúrgica descrita por Lower e Shumway, em 1960. O tempo médio de isquemia do enxerto foi de 91 ± 21 minutos (variou de 60 a 180 min.). Resultados: Ocorreram 7 (20%) óbitos no pós-operatório imediato. Treze outros pacientes apresentaram complicações não fatais, incluindo 5 episódios de rejeição. O tempo médio de seguimento dos 28 sobreviventes foi de 31,2 meses (variou de 1 a 68 meses). Houve 14 mortes tardias devido a rejeição (4), infecção (4), doença arterial coronária (2), insuficiência renal crônica (2) e morte súbita (2). A curva actuarial estima sobrevida de 70% com 1 ano e de 30% aos 5 anos. Conclusão: É possível manter um programa de transplante cardíaco em nossa comunidade, embora se deva esperar resultados piores do que os da experiência internacional devido às limitações sociais da população de receptores.
Material and Methods: From August/ 1991 to February/ 2000, 35 orthotopic heart transplants were performed at the Heart Institute of Pernambuco. There were 29 male and 6 female patients ranging in age from 15 to 69 years (mean: 46.9 yr.). Recipient diagnoses included ischemic cardiomyopathy in 18, idiopatic dilated cardiomyopathy in 13, mixomatous disease in 2, rheumatic valvar disease in 1 and Chagas` disease in 1. All were in the final stage of heart failure (functional class III or IV of the New York Heart Association) and the ejection fraction ranged from 16 to 27% (mean: 20.9 ± 2.9). Seventeen (48.5%) patients had had previous cardiac operations. The classical surgical technique described by Lower and Shumway, in 1960, was used in all cases. Mean graft ischemic time was 91 ± 21 minutes (ranged from 60 to 180 minutes). Results: There were 7 (20%) deaths in the early postoperative period. Non-fatal postoperative complications occurred in other 13 patients including 5 episodes of rejection. Mean follow-up period of the 28 survivors was 31.2 months (ranged from 1 to 68 mo.) There were 14 late deaths owing to rejection (4), infection (4), graft coronary artery disease (2), chronic renal failure (2) and sudden death (2). The actuarial survival estimated is 70% at 1 year and 30% at 5 years. Conclusion: It is concluded that cardiac transplantation program is feasible in our community but poorer results in comparison to international experience should be expected owing to social problems of the recipient population.